segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mudanças y cambios.

Eu adoro mudanças. Já mudei de cidade, de estado e de país. Já mudei de idioma e de cor de cabelo. Mas também sou melancolicamente nostálgica. Por mais ansiada ou sem importância que seja a mudança, nos últimos dias bate aquele bajón, aquela saudades antecipada. 
Chegou a hora de mudar uma vez mais e sair do que foi por dois anos a minha casa. Hora de encaixotar os meus 6 anos aqui, tirar as roupas do armário e tampar os buracos da parede. Dizer adiós ao cheiro da casa, ao jardim de couve brasileira na janela do meu quarto e das altas conversas com o meu super roommate ao pé da falsa e brega lareira enfeitava enfeiava a sala. Daqui a algumas horas, quando o caminhão de mudança chegar, toda esta vivência vai virar história, vai ser guardada, construida e reconstruida na minha memória até descansar em algum canto do meu córtex cerebral. Estranho pensar que tudo que um dia foi  percebido pelos meus sentidos, tão sensorial e real, inevitavelmente se transformará em uma base de dados abstrata dentro da minha cabeça. E nem por isso deixará de ser real. 


Agora, para coroar este momento de suma melancolia existencialista típica de la nación, nada melhor que um tango. Mais argentino impossível.


Como o blogger não está encontrando o video correto no youtube, deixo o link aqui. Como o post não pode passar em bracas nuvens, vai uma foto tangueira para mostrar que o ritmo triste e melancólico vai além das parejitas (casais) fazendo piruetas no Señor Tango. O tango é uma melancolía compartida. Entre homens.
O tango era coisa só de homem, mulheres nem como companheiras de dança.

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